sábado, 30 de setembro de 2017

A PACIÊNCIA SOB O OLHAR DA PSICOLOGIA: COMO APRENDER A ESPERAR EM TEMPOS DE IMEDIATISMO?



Paciência é a perseverança silenciosa e constante e a virtude que nos torna pessoas melhores. De acordo com a evolução humana, a paciência ajudou nossos antepassados ​​a sobreviverem permitindo que eles fizessem boas ações e esperassem que os outros respondessem, ao invés de exigir uma compensação imediata (o que provavelmente levaria a mais conflitos). Muitas pessoas olham a paciência como característica de pessoas passivas, que aceitam tudo sem reclamar e sem fazer barulho, já que elas geralmente são mais discretas enquanto que os impacientes estão o tempo todo atraindo a atenção das pessoas para conseguir o que querem, de forma rápida, imediata, e algumas vezes, agressiva. No entanto, o que poucos sabem é que a paciência é um dos grandes segredos das pessoas bem-sucedidas e da felicidade, já que é a paciência que nos ajuda a conseguir aquilo realmente queremos.


Apesar da paciência ter sido, por muito tempo, vista como simplesmente uma virtude, hoje, existem muitas pesquisas científicas que buscam entender os seus benefícios na saúde física e mental. Alguns estudos já comprovaram que coisas boas realmente acontecem para aqueles que esperam. Uma delas é que as pessoas pacientes tendem a sofrer menos depressão e emoções negativas, por poder lidar melhor com situações perturbadoras ou estressantes, prevenindo uma série de problemas de ordem física, como úlceras, dores de cabeça, diarreia, problemas cardiovasculares, distúrbios do sono, entre outros.


Existem dois tipos de paciência: a paciência interpessoal, que envolve relacionamentos de forma geral, como lidar com pessoas difíceis; e, o outro tipo, é a paciência intrapessoal, que é a capacidade da pessoa ter paciência de esperar por algo, seja lá o que for, desde um congestionamento, até conseguir um bom emprego ou um bom relacionamento, ou então, tolerar as dificuldades da vida, sem desespero. As pessoas que praticam a paciência interpessoal tendem a ser menos solitárias, justamente pelo fato de que fazer e manter amigos por um longo tempo geralmente requer uma boa dose de paciência, a qual permite nos permite tolerar as falhas dos outros, exibindo mais generosidade, compaixão e perdão.

Como dizia Jean Jacques Rousseau “a paciência é amarga, mas o seu fruto é doce”, e é por isso que é por meio dela que conseguimos alcançar nossos objetivos e a tomarmos decisões melhores, além de reduzir a margem de erro. Pessoas impacientes muitas vezes se fazem de vítima ao invés de serem proativas e buscarem a solução para o problema. O caminho para começar e terminar alguma tarefa ou projeto importante é longo, e aqueles que querem resultados imediatos talvez não estejam dispostos a enfrentar a jornada, já que aqueles mais impacientes tendem a desistir quando as coisas se tornam difíceis.


A melhor forma de se desenvolver a paciência, é a prática. Ter paciência significa ser capaz de esperar calmamente diante de frustração ou adversidade, e, como nas nossas vidas nós lidamos com a frustração e a adversidade em diversos momentos e, em quase todos os lugares, são essas as oportunidades que temos para praticá-la. Em casa, com filhos de qualquer idade, com os pais, avós e pessoas de mais idade, no trabalho com colegas, no trânsito, no supermercado ou no banco ao enfrentar filas, e sobretudo, quando estamos aborrecidos ou frustrados por algo não ter dado certo como esperávamos, diante da decepção ou conflitos com pessoas.


Existem formas cotidianas de construir paciência também. Uma delas, é, primeiro, respirar profundamente, e, em seguida refletir sobre a situação, ao invés de ser impulsivo. A impaciência muitas vezes ocorre mais forma como reagimos, do que pelo fato em si, e envolve pensamentos e crenças conscientes, adquiridas desde a infância e ao longo da vida. Por isso, pense antes de falar, antes de ferir ou ofender alguém. Quantas vezes perdemos boas oportunidades ou boas amizades em razão da impaciência? Quantas vezes magoamos alguém pela nossa impaciência?

É tolerar atrasos, fracassos, provocações, erros e falhas, tanto nossas, como dos outros. A paciência implica o controle de si mesmo e a tolerância ao invés de simplesmente querer o que queremos na hora em que queremos. Se estamos em um consultório aguardando uma consulta, temos duas opções: ficar irritado e começar a reclamar sobre a demora no atendimento, ou, simplesmente usar o tempo de espera com criatividade, como ler um livro, responder mensagens ao celular, adiantar algumas tarefas, conversar com outras pessoas. Quando precisar esperar por algo, busque fazer algo divertido ou útil ao invés de ficar olhando impacientemente para o relógio.


A paciência está ligada ao autocontrole, à medida que a exercemos, exercitamos a nossa habilidade de ter um maior domínio sobre nossas emoções de um modo geral. As pessoas que são impacientes geralmente têm dificuldade em resistir à gratificação imediata, querem tudo agora, nesse momento. Isso vai desde o simples ato de comer, comprar, receber alguma coisa até querer levar vantagem em alguma situação.

Como diz um provérbio chinês: “um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida”. Por isso, praticar paciência em situações cotidianas não só torna a vida mais agradável no presente, mas também ajuda a abrir caminho para um futuro mais satisfatório e bem-sucedido. Afinal, saber esperar envolve não apenas paciência, mas também uma dose de flexibilidade, inteligência e criatividade.

Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, 
Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva, Neurossemântica e PNL.




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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

NEUROSSEMÂNTICA – UMA NOVA FORMA DE COMPREENDER A MENTE HUMANA


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Desvendar os mistérios da mente humana é um trabalho que não tem fim. Exige que nós, seres humanos, estejamos constantemente buscando nos desenvolver, melhorar e compreender a nossa mente e a nossa forma de pensar, como se estivéssemos do lado de fora, para conseguir entender melhor como a nossa cabeça funciona.

Tudo que nós pensamos, sentimos e fazemos na nossa vida possui um significado, um motivo, um “por que” de fazermos aquilo. Nada é feito por acaso. Muitos comportamentos são inadequados porque são resultados de uma forma errada de ver o mundo ou as pessoas ao redor, de um significado distorcido que a pessoa dá a um acontecimento, ou a uma palavra que alguém lhe disse, o que acaba causando diversos mal-entendidos e desentendimentos, além é claro, de um sofrimento psíquico e emocional profundo.

Muitas vezes a pessoa dá um significado errado ou digamos “disfuncional” até mesmo para suas próprias emoções, como por exemplo, sentir raiva de si mesma por ter falhado, dito algo errado, ou por não ter conseguido alcançar o que queria, ou sentir raiva de alguém que estava apenas tentando lhe ajudar. Existe até mesmo o significado por trás do próprio significado, como por exemplo, quando alguém sente raiva de estar triste, ou quando uma pessoa sente vergonha de ser feliz. O que significa o medo para cada um de nós? O que há por trás do medo ou da insegurança? Que benefícios estamos tirando ao continuar sentindo medo em nossas vidas? E que benefício nós temos ao estarmos sempre estressados? O que isso traz de bom para nós ou para nossa saúde?


Na verdade, são os significados que damos às nossas emoções que nos movem para a ação (ou para a inércia). São os significados que nos motivam a agir, e a fazer as coisas de certa maneira. No entanto, quando fazemos as coisas sempre do mesmo jeito, e elas continuam não dando certo, pode ser um sinal de que algo dentro de nós está nos atrapalhando. A maioria das pessoas acredita que seus problemas são culpa de algo externo, das circunstâncias da vida, do destino, mas, na grande maioria das vezes o problema está dentro de nós, na nossa forma de pensar e agir errado, e, na forma como interpretamos o mundo. Os significados que usamos para interpretar o mundo vem desde os aprendizados da infância, da família, da cultura, da sociedade até as experiências com pessoas com quem convivemos no dia-a-dia.

Recentemente, um psicólogo americano chamado Michael Hall, criou uma área de estudo chamada Neurossemântica, que ajuda pessoas a detectarem os significados que elas dão para certas emoções e como esses significados podem influenciar o comportamento humano, tanto para o bem como para o mal. Esse campo de estudo oferece técnicas que auxiliam a pessoa a mudar os significados que influenciam negativamente seu pensamento e seu comportamento, ajudando o indivíduo a criar e usar novos significados para que a mente possa trabalhar de forma mais saudável. A neurossemântica estuda como o cérebro e a mente funciona, como os pensamentos são criados e, como podemos reprogramar o conteúdo de nossos sentimentos, estados emocionais e comportamentos, proporcionando ao ser humano uma maneira efetiva de utilizar a mente da melhor forma, para alcançar os resultados desejados.

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A Neurossemântica explora os significados do pensamento humano e como nós trazemos esses significados para o corpo através de nossas ações, gestos, palavras, habilidades, etc. É uma forma que nos ajuda a aprimorar a relação corpo-mente-emoção, usando uma linguagem e significados melhores para programar o corpo para agir de uma forma mais funcional e produtiva. E não é algo que funciona apenas para quem tem algum “problema” a ser resolvido, mas também para quem quer aprimorar e melhorar ainda mais algo que já está indo bem. Assim, se o indivíduo já está fazendo algo que já vem dando certo, as técnicas de neurossemântica ajudam a descobrir qual a estratégia ele está usando e como ele pode aplicar essa mesma estratégia em outros campos da sua vida, e replicar mais e mais os resultados de sucesso em outras áreas.

Todos temos muitos significados dentro de nossa mente, a maioria deles inconscientes. Quando tomamos consciência desses significados, ou seja, quando finalmente “cai a ficha” e descobrimos que muitas coisas na nossa vida não estão dando certo porque estamos pensando e agindo de forma errada, daí então é possível mudar de forma profunda e duradoura, e saber aonde realmente queremos chegar. Assim, é possível reorientar as nossas emoções para transformar nossos comportamentos e, finalmente fazer as coisas da maneira correta, para que tudo comece a dar certo e funcionar como queremos. Quanto mais a gente se apropria do que pensa, fala e sente dentro de si, e toma consciência do “por que” estamos fazendo algo errado, mais conhecimento temos sobre a forma que a nossa mente funciona, e só a partir disso, será possível mudar nosso comportamento inadequado e tudo aquilo que está nos impedindo de conseguir aquilo que queremos alcançar, seja na vida pessoal ou no trabalho.

Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, 
Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva, Neurossemântica e PNL.




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quinta-feira, 7 de setembro de 2017

EDUCAÇÃO POSITIVA - UM NOVO MODELO DE EDUCAÇÃO ESCOLAR UNINDO PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO


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O que você mais deseja para seus filhos? A maioria dos pais costumam respondem: “felicidade, realização, coisas boas”, e outros atributos ligados ao bem estar emocional. Mas quando perguntamos o que a escola ensina, geralmente as respostas são: “disciplina, habilidades, raciocínio, alfabetização, etc”, atributos mais ligados às capacidades intelectuais. Hoje, isso já está mudando com a inserção de novas metodologias que estão surgindo na Psicologia, ligadas ao campo educacional como a Educação Positiva.

Um dos lemas da psicologia positiva é: “Nós conseguimos mais daquilo que nós focamos”. E é por isso que ela foca nos comportamentos desejados mais do que naqueles não desejados, abrindo possibilidade da escola ensinar tanto habilidades de bem-estar quanto de realização, sem comprometer seu programa pedagógico. Programas de Educação positiva incluídos no currículo escolar, promovem e desenvolvem as forças de caráter do aluno, relacionamentos mais positivos, a busca de sentido na vida e nas ações realizadas, além de trabalhar no sentido de aumentar o nível de emoções positivas e reduzir as negativas, aumentando o nível de bem-estar e felicidade.

O humor positivo produz maior nível de atenção e um pensamento mais criativo nos alunos, ao contrário do humor negativo, da tristeza, da desmotivação, que reduzem os níveis de atenção, concentração, desempenho. Vários benefícios serão gerados no ambiente escolar, como a melhora na aprendizagem, no nível de atenção, concentração, interesse escolar, no comportamento associado à saúde física, nos relacionamentos sociais e familiares, além da prevenção de distúrbios de ordem emocional no aluno como a depressão, a ansiedade e problemas de conduta social.

A educação positiva trabalha ainda no resgate de valores que foram e ainda estão se perdendo na sociedade, como a honestidade, a lealdade, a perseverança, bondade, coragem, justiça, humildade, além de várias outras forças, as quais chamamos de forças de caráter. As forças de caráter são comuns a todas as culturas do mundo, e esse é o ponto interessante da educação positiva, justamente por usar uma metodologia que pode ser aplicada para qualquer aluno, sem implicar em restrições culturais ou religiosas.

Muitas vezes o fracasso escolar pode brotar do caráter dos alunos, e não apenas do sistema escolar ou de outras condições que o vitimiza. Assim, a postura da psicologia positiva é diferente da postura da psicologia tradicional, ao invés de justificar os fracassos por conta das circunstâncias ruins da vida que a pessoa passou, ela enfatiza a responsabilidade, o caráter e o livre-arbítrio como processos necessários para o crescimento e desenvolvimento do ser humano, buscando ajudar o aluno com as qualidades e os recursos que ele tem, ao invés de buscar o que ele ‘’deveria ter’’.

Relatórios concluíram que a aplicação dessa metodologia em alguns países eleva o gosto pela aprendizagem e o engajamento dos alunos na escola, promovendo um aumento nas notas escolares, e a melhora nas habilidades sociais, como a empatia, cooperação, assertividade, autocontrole, e, até redução da má conduta em algumas crianças. No entanto, apesar dos inúmeros benefícios, a educação positiva é uma abordagem nova nas escolas, e ainda são poucos os professores treinados e o número de escolas dispostas a incorporar isso no programa pedagógico, além do desconhecimento dos pais em como aplicar esse conhecimento dentro de casa também, por isso a necessidade de treinamentos por profissionais habilitados, afim de que esse conhecimento possa realmente chegar no ambiente escolar e contribuir para uma educação mais humana no futuro.

Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, 
Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA) e autora do Manual de Psicologia Positiva (Ed. Qualitymark/2018)




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