O dinheiro na mente do jogador representa vários sonhos, entre eles o sonho da valorização dentro do círculo social, da aprovação social e do respeito. Os principais motivos que levam uma pessoa a jogar são: diversão, entretenimento, ganhar dinheiro, evitar a tristeza e fuga dos problemas diários. De início o jogo funciona como uma forma de recreação, até o dia que ele começa a perder, e começa a apostar ainda mais para reparar suas perdas, o que acaba levando-o a adquirir um sério problema: o jogo patológico. Estudos confirmam que, para cada indivíduo com o transtorno, aproximadamente quatro dentro do seu círculo social sofrem algum tipo de prejuízo em função do jogador, dentre eles os cônjuges, filhos, pais, avós, amigos, colegas de profissão e terceiros, tanto do ponto de vista jurídico, econômico como psicossocial.
Psicologicamente o jogador passa a apresentar estados de animo negativos, irritabilidade, stress, ansiedade atitudes defensivas, perda da auto-estima e da autoconfiança, chegando a experimentar sentimentos de fracasso, impotência e desesperança, além de outros problemas como fobias, comportamento antissocial, depressão, uso de drogas e alcoolismo. Com relação a família, as principais consequências decorrentes do jogo são a degradação da condição financeira da família, as mentiras, indiferenças, negligência no cuidado com os filhos, a perda de confiança dentro do ambiente familiar, discussões frequentes, violência doméstica, separação e divórcio.
No âmbito profissional, o jogador tem vários prejuízos como faltas e atrasos frequentes, baixa qualidade do trabalho, baixo nível de concentração, mau humor, conflito com os colegas, perda de boas oportunidades no cargo, e perda do próprio emprego. Alguns precisam recorrer a mentiras para justificar as faltas, atrasos e as “escapadas” do serviço. Do ponto de vista legal, alguns jogadores se engajam em fraudes a companhias de empréstimos, de seguro, sonegação, furtos, comportamentos antissociais, venda de drogas, e crimes de colarinho branco.
Jogadores patológicos apresentam maior risco de desenvolver problemas com uso de drogas do que a população em geral, além do envolvimento com comportamentos sexuais de risco, com alta exposição a doenças venéreas, além das tentativas de suicídio, as quais podem alcançar um índice 5 a 10 vezes maior do que o da população em geral. Alguns jogadores recorrem à prostituição, em virtude das dificuldades financeiras, como um meio de obter dinheiro para pagar seus débitos, ou então, a financiar mais jogo, e por sua vez, a compra de drogas.
O consumo de álcool é um dos fatores que mais influencia negativamente no autocontrole, pois mesmo pequenas doses já possuem um efeito significativo, enfraquecendo ainda mais a capacidade racional e de julgamento do jogador ao jogar. A bebida pode ser usada tanto como um meio de evitar a culpa pelas perdas do jogo, como o jogo pode ser usado como uma maneira de se obter dinheiro para a compra de mais bebidas, e, ainda que o indivíduo consiga se afastar do uso do álcool, os problemas familiares, profissionais, financeiros e emocionais por si só, podem ser suficientes para fazer com que o mesmo tenha novas recaídas sobre o vício, além do fato de que geralmente bebidas estão de alguma forma presentes na mesa de jogo.
0 comentários:
Postar um comentário