quinta-feira, 31 de maio de 2018

COACH OU PSICÓLOGO?




COACH OU PSICÓLOGO?

O exercício de atividades com foco em questões motivacionais, psíquicas e emocionais, tem se tornado uma prática disseminada de forma aleatória e indiscriminada no mercado profissional. Há tempos atrás, apenas estudiosos, pesquisadores e autores renomados tinham autoridade suficiente para falar sobre assuntos específicos. No entanto, o fato do conhecimento ser algo aberto, muitas vezes, provoca uma confusão entre o “conhecer” de forma simples e rápida, e o “fazer” ou “ensinar”, de forma indiscriminada, algo que seria da competência pessoas treinadas e especializadas.


Recentemente, um tema ligado ao tratamento de abuso sexual na infância, exibido em horário nobre, despertou confusão entre diversas pessoas: afinal coach e psicólogo podem fazer a mesma coisa? O coaching tem sido uma prática bastante útil e interessante para auxiliar pessoas a atingirem metas e objetivos pessoais ou profissionais, de forma mais objetiva e focada, mas não é da sua alçada, tratar traumas, patologias e outros transtornos mentais. A palavra coaching, traduzida do inglês, significa treinamento, e o coach, um treinador. O coaching é uma espécie de “parceria” entre coach (treinador) e cliente, na qual busca-se despertar o potencial humano por meio de perguntas e atividades, que favorecem a organização, a disciplina, e colocam o cliente em uma postura voltada para a ação, afim de avançar de modo mais rápido e alcançar o que deseja. Quando surgiu, o objetivo do coaching estava mais ligado à área esportiva. Em seguida, ele avançou para o ambiente organizacional, estimulando o desenvolvimento de líderes. Hoje, é uma prática que abrange a área pessoal, buscando soluções e estratégias que estimulem o desenvolvimento de competências e habilidades humanas, bem como, o crescimento do indivíduo, em diversas esferas da vida, como no desempenho profissional, na organização e no planejamento financeiro, na gestão do tempo, na mudança de carreira, no estudos, na comunicação e nos relacionamentos interpessoais, adoção de hábitos de vida saudáveis, etc.
E o psicólogo, faz o que? Sim, a psicologia também faz isso, dependendo da abordagem e técnica utilizada. A psicologia é um campo amplo, que engloba, a grosso modo, tudo que esteja ligado a questões emocionais, comportamentais e psíquicas do ser humano. São cinco anos de estudo e prática aprofundada sobre o comportamento humano, desde a fisiologia, filosofia, neurologia até a sociologia e a ética. A Psicologia, é uma Ciência reconhecida formalmente, que busca evidências científicas comprovadas, que tragam resultados efetivos para o paciente. Seu foco está nas questões internas profundas, as quais podem estar ligadas à distúrbios ou não, e por isso, seu objetivo é, não apenas eliminar a dor emocional, mas também ajudar a modificar crenças, emoções e comportamentos disfuncionais, que impedem a pessoa de evoluir e atingir o bem-estar pleno.


Apesar de grande parte das pessoas ainda associar a Psicologia somente ao tratamento de doenças mentais, engana-se quem pensa que o psicólogo se limita apenas a isso. A Psicologia é uma área que abrange teorias humanistas, cognitivas e comportamentais, que estimulam o desenvolvimento e o potencial humano, naqueles (mentalmente saudáveis) que precisam de um “empurrãozinho” para dar um pontapé inicial em seus projetos de vida. Muitos acreditam que as diferenças principais entre coaching e psicologia, é que a psicologia trabalha com a doença e está focada no passado e no presente, enquanto que o coaching foca no futuro. Entretanto, essa é mais uma crença errada, pois a Psicologia possui diversas abordagens, que estimulam o indivíduo, de formas diferentes, a mudar seu comportamento e modo de pensar, e que, a longo prazo, leva a uma transformação muito mais sólida e duradoura, que possibilita à pessoa reconstruir seu futuro de forma permanente, e alcançar aquilo que está realmente alinhado à sua personalidade. Na realidade, Psicologia e Coaching deveriam ser práticas complementares, e não concorrentes, assim como diversas outras terapias alternativas, que podem trazer benefícios às pessoas, mas que infelizmente ainda não são, porém precisam ser reconhecidas e aprovadas formalmente, pelos órgãos profissionais competentes.

Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, 
Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva, Neurossemântica e PNL.




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