Paciência é a perseverança silenciosa e constante e a virtude que nos torna pessoas melhores. De acordo com a evolução humana, a paciência ajudou nossos antepassados a sobreviverem permitindo que eles fizessem boas ações e esperassem que os outros respondessem, ao invés de exigir uma compensação imediata (o que provavelmente levaria a mais conflitos). Muitas pessoas olham a paciência como característica de pessoas passivas, que aceitam tudo sem reclamar e sem fazer barulho, já que elas geralmente são mais discretas enquanto que os impacientes estão o tempo todo atraindo a atenção das pessoas para conseguir o que querem, de forma rápida, imediata, e algumas vezes, agressiva. No entanto, o que poucos sabem é que a paciência é um dos grandes segredos das pessoas bem-sucedidas e da felicidade, já que é a paciência que nos ajuda a conseguir aquilo realmente queremos.
Apesar da paciência ter sido, por muito tempo, vista como simplesmente uma virtude, hoje, existem muitas pesquisas científicas que buscam entender os seus benefícios na saúde física e mental. Alguns estudos já comprovaram que coisas boas realmente acontecem para aqueles que esperam. Uma delas é que as pessoas pacientes tendem a sofrer menos depressão e emoções negativas, por poder lidar melhor com situações perturbadoras ou estressantes, prevenindo uma série de problemas de ordem física, como úlceras, dores de cabeça, diarreia, problemas cardiovasculares, distúrbios do sono, entre outros.
Existem dois tipos de paciência: a paciência interpessoal, que envolve relacionamentos de forma geral, como lidar com pessoas difíceis; e, o outro tipo, é a paciência intrapessoal, que é a capacidade da pessoa ter paciência de esperar por algo, seja lá o que for, desde um congestionamento, até conseguir um bom emprego ou um bom relacionamento, ou então, tolerar as dificuldades da vida, sem desespero. As pessoas que praticam a paciência interpessoal tendem a ser menos solitárias, justamente pelo fato de que fazer e manter amigos por um longo tempo geralmente requer uma boa dose de paciência, a qual permite nos permite tolerar as falhas dos outros, exibindo mais generosidade, compaixão e perdão.
Como dizia Jean Jacques Rousseau “a paciência é amarga, mas o seu fruto é doce”, e é por isso que é por meio dela que conseguimos alcançar nossos objetivos e a tomarmos decisões melhores, além de reduzir a margem de erro. Pessoas impacientes muitas vezes se fazem de vítima ao invés de serem proativas e buscarem a solução para o problema. O caminho para começar e terminar alguma tarefa ou projeto importante é longo, e aqueles que querem resultados imediatos talvez não estejam dispostos a enfrentar a jornada, já que aqueles mais impacientes tendem a desistir quando as coisas se tornam difíceis.
A paciência está ligada ao autocontrole, à medida que a exercemos, exercitamos a nossa habilidade de ter um maior domínio sobre nossas emoções de um modo geral. As pessoas que são impacientes geralmente têm dificuldade em resistir à gratificação imediata, querem tudo agora, nesse momento. Isso vai desde o simples ato de comer, comprar, receber alguma coisa até querer levar vantagem em alguma situação.
Como diz um provérbio chinês: “um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida”. Por isso, praticar paciência em situações cotidianas não só torna a vida mais agradável no presente, mas também ajuda a abrir caminho para um futuro mais satisfatório e bem-sucedido. Afinal, saber esperar envolve não apenas paciência, mas também uma dose de flexibilidade, inteligência e criatividade.
A melhor forma de se desenvolver a paciência, é a prática. Ter paciência significa ser capaz de esperar calmamente diante de frustração ou adversidade, e, como nas nossas vidas nós lidamos com a frustração e a adversidade em diversos momentos e, em quase todos os lugares, são essas as oportunidades que temos para praticá-la. Em casa, com filhos de qualquer idade, com os pais, avós e pessoas de mais idade, no trabalho com colegas, no trânsito, no supermercado ou no banco ao enfrentar filas, e sobretudo, quando estamos aborrecidos ou frustrados por algo não ter dado certo como esperávamos, diante da decepção ou conflitos com pessoas.
Existem formas cotidianas de construir paciência também. Uma delas, é, primeiro, respirar profundamente, e, em seguida refletir sobre a situação, ao invés de ser impulsivo. A impaciência muitas vezes ocorre mais forma como reagimos, do que pelo fato em si, e envolve pensamentos e crenças conscientes, adquiridas desde a infância e ao longo da vida. Por isso, pense antes de falar, antes de ferir ou ofender alguém. Quantas vezes perdemos boas oportunidades ou boas amizades em razão da impaciência? Quantas vezes magoamos alguém pela nossa impaciência?
É tolerar atrasos, fracassos, provocações, erros e falhas, tanto nossas, como dos outros. A paciência implica o controle de si mesmo e a tolerância ao invés de simplesmente querer o que queremos na hora em que queremos. Se estamos em um consultório aguardando uma consulta, temos duas opções: ficar irritado e começar a reclamar sobre a demora no atendimento, ou, simplesmente usar o tempo de espera com criatividade, como ler um livro, responder mensagens ao celular, adiantar algumas tarefas, conversar com outras pessoas. Quando precisar esperar por algo, busque fazer algo divertido ou útil ao invés de ficar olhando impacientemente para o relógio.
Como diz um provérbio chinês: “um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida”. Por isso, praticar paciência em situações cotidianas não só torna a vida mais agradável no presente, mas também ajuda a abrir caminho para um futuro mais satisfatório e bem-sucedido. Afinal, saber esperar envolve não apenas paciência, mas também uma dose de flexibilidade, inteligência e criatividade.
Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental,
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