sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A DOCE SABEDORIA DAS CRIANÇAS


Todos sabemos o quanto as memórias e experiências da infância são importantes para o desenvolvimento e maturidade de um adulto. O interessante é que, à medida que o tempo passa, o contato com as novas gerações, não apenas desperta novamente a criança dentro de nós, como nos dá a oportunidade de aprender muitas coisas com os pequenos, fazendo-nos resgatar algumas atitudes que, sem sabermos o motivo, perdemos com o passar dos anos.

Tive a oportunidade de trabalhar com crianças e adolescentes, ao longo de 13 anos da minha vida, o que me trouxe alegrias e desafios, mas, muito mais do que isso, me trouxe uma diversidade imensa de aprendizados, que vieram por meio da observação de sua forma de pensar sobre o mundo, dos seus comportamentos e, claro, por meio da interação diária com elas.

Crianças são criaturas extremamente sábias, e observá-las nos faz repensar muito sobre a vida. Para começar, elas se alegram com coisas simples, pois não tem expectativas irreais, e, por isso, entendem que a alegria pode ser encontrada em qualquer lugar. Muitas vezes, os pais, na tentativa de agradar, se esforçam em presenteá-las com brinquedos sofisticados, e de repente, quando veem, o brinquedo preferido delas é aquele mais baratinho.

Crianças são seres curiosos, buscam sempre aprender algo novo, são altamente questionadoras, querendo saber o tempo todo o “porquê” das coisas, desde as coisas mais complexas, até aquelas mais banais. Crianças aceitam o diferente e não julgam, mas isso, claro, desde que o adulto não as amedronte com suas crenças e medos, fazendo-as aprender “o que” e “como” julgar as pessoas.


Crianças expressam emoções e sentimentos de forma simples, pura e objetiva, sem enrolar muito, e sem meias palavras. São transparentes e sinceras, e, quando querem algo, dizem o que querem. Quando não querem, também deixam isso bem claro para os adultos ao redor. Quando estão tristes, choram, e não escondem isso. Quando estão felizes, sorriem de verdade, e com vontade. Demonstram afeto sem disfarces, abraçando-nos com uma força proporcional aos sentimentos que carregam por nós. Crianças nos ensinam a perdoar facilmente. Brigam, choram, berram, esperneiam, mas em poucas horas, voltam a sorrir novamente, em uma fração de tempo muito mais rápida do que nós adultos levamos para nos livrar da culpa ou do remorso. 

Crianças não colocam limites em sua imaginação, nem em seus sonhos. Se querem ser super heróis, incorporam isso dentro de si literalmente, sem se importar em parecer “ridículas” ou “malucas”. Elas sabem deixar o medo de lado. Ao contrário dos adultos, não ficam pensando no famoso “e se...”, mas ao contrário, mergulham na experiência, aproveitando o momento. Crianças aprendem pela repetição, e quando falham, não desistem fácil. Querem começar tudo de novo, sem se cansar. Aliás, quem se cansa na verdade, somos nós. Crianças falam aquilo que estão pensando, de forma autêntica, e não ficam medindo palavras ou se preocupando com o certo ou errado. E mesmo quando estão erradas, ainda conseguem falar de um jeito doce e engraçado.


As crianças são os verdadeiros gurus da felicidade. A forma da criança olhar o mundo, não é contaminada igual a de um adulto. Elas entendem a vida melhor do que a maioria de nós, vivendo com mais sabedoria do que alguns dos indivíduos mais experientes e refinados ao nosso redor. E o mais importante para elas: o tempo. Aliás, enrolação é coisa de adulto. Crianças não procrastinam, e não querem saber de deixar nada para depois, pois sabem que amanhã, pode ser tarde demais, e não dá para ficar esperando o tempo passar....

Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA) e autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018).




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