
Comunicar-se de forma eficaz permite trocas harmônicas de pensamentos, sentimentos e ideias, levando à compreensão mútua e gerando mais confiança. Muitas pessoas tendem a considerar o processo de comunicação como algo sem mistérios: é só pronunciar as palavras, e pronto! No entanto, do ponto de vista psicológico, o processo de comunicação é, algo impressionantemente complexo. A comunicação é algo intimamente ligado à psicologia do indivíduo, até porque nos comunicamos externamente, por meio de sons, sinais, palavras e comportamentos, e, internamente, por meio de pensamentos, emoções e sentimentos. Diversos fatores internos afetam o processo de comunicação: experiências de vida, bem como fatores externos, fatores circunstanciais, fatores temporais, além claro, da maneira como interagimos. Nesse momento por exemplo, à medida que lê o texto, cada leitor terá uma compreensão individual, que será interpretada conforme o seu olhar e a experiência de vida, e é aí que muitas notícias, pesquisas ou informações, correm o risco de serem vistas de modo positivo ou negativo. Tudo depende das ‘’lentes’’ de quem lê, e também, obviamente, das ‘’intenções’’ de quem lê ou ouve a informação.
Um dos maiores riscos acontecem quando a mensagem enviada não é a mesma recebida, dando margem a diversos conflitos. Há considerável espaço para mal-entendidos entre o que o falante pretende dizer, o que ele realmente diz, e o que o ouvinte ouve. Quanto menos atenção o interlocutor e o ouvinte tiverem quando a mensagem for enviada, e quanto mais emocional for o assunto, maior a probabilidade de haver uma desconexão entre o que o falante pretende dizer, o que ele realmente diz e o que o ouvinte ouve. A mensagem enviada pode não ser a mensagem recebida porque deve passar por um sistema de filtragem de pensamentos e sentimentos - tanto para o remetente quanto para o destinatário. Verificar a exatidão de sua comunicação envolve, literalmente, perguntar o que a outra pessoa ouviu dizer, e isso muitas vezes exige uma certa dose de paciência e repetição.

Toda mensagem que emitimos possui, além de conteúdo, sentimentos os quais geralmente são expressos por meio de sinais não-verbais como a linguagem corporal, gestos, expressão facial, tom de voz, inflexão e volume de voz, entre outros. É por isso que, algumas vezes não conseguimos acreditar totalmente nas palavras de uma pessoa. Quantas vezes alguém nos elogia, mas algo nos faz sentir que aquele elogio não é totalmente verdadeiro? Isso ocorre porque ao ouvirmos as ‘’palavras’’, podem existir outros elementos mais fortes que não nos permite acreditar nelas, e esses podem ser tanto elementos ligados a nossas experiências do passado, pensamentos, sentimentos, crenças bem como também a sinais não-verbais, que podem ser muito mais fortes do que simplesmente, palavras.
Sálua Omais é psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, no estado de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. Possui Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA). É autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018).
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