No mundo moderno, status é
sinônimo de ter uma grande reserva de dinheiro e outros bens quantificáveis.
Pessoas ricas, como empresários e celebridades, são amplamente admiradas, mesmo
que o resultado dessa riqueza envolva a exploração dos fracos pelos fortes, ou
de condutas imorais. Respeito por líderes políticos e religiosos também é muito
comum. Alguns tem o seu merecimento, enquanto que outros se tornam meramente
figuras carismáticas cheias de falhas pessoais. E por que se respeita tanto o
status e o poder, e não se faz o mesmo com comportamentos nobres como a
coragem, a generosidade, o comprometimento, a persistência, a integridade, a
responsabilidade, a simpatia, e tantas outras atitudes que faz das pessoas mais
humanas.
Aquilo que é valorizado, tende a se repetir, gera o desejo de ser alcançado. Se o que se valoriza no mundo é status, poder, dinheiro, esse será o foco, não importa o que seja preciso para alcançar e chegar lá. É aí que o ser humano se dissocia de sua essência, sua autenticidade, e, sobretudo de seus valores. Vale tudo. O importante é chegar lá. O resto a gente conserta depois. E esse ‘’depois’’ nunca chega. E por que, ao invés disso não respeitamos aqueles que nos ajudam e nos servem, que prestam serviços que melhoram a nossa vida, começando por aqueles que estão no final da escada social ao invés dos que estão no topo da árvore? Será um medo de gerar uma inversão de valores? Respeito exige prática, e isso começa dentro de casa. Respeito alheio também tem a ver com respeito por si próprio. Como dar aquilo que não temos nem para nós mesmos? Alguns se sentem subestimados por colegas, amigos e familiares, sem saber quem merece respeito ou por quê, já que aqueles que estão mais próximos, muitas vezes são os que menos nos respeitam, enquanto que aqueles que nem nos conhece tão bem, demonstram atitudes mais respeitosas. Respeito é autocontrole. É saber deixar o orgulho próprio e vaidades pessoais um pouco de lado, para honrar alguém que merece ser honrado. Respeito também é sabedoria e autocontrole, no sentido de não deixar que suposições ou pré-julgamentos sejam mais fortes do que a verdade real sobre algo ou alguém. Respeitar é tratar da mesma forma que gostaríamos de ser tratados, é buscar o conhecimento antes de julgar e acusar.
O respeito honra a
singularidade de cada pessoa, sua forma única de ser, mesmo que diferente do
comum. Respeitar exige que as pessoas ajam com responsabilidade, e assumam essa
responsabilidade para si, e não somente esperem que ela venha do outro. Agir
com respeito em muitos momentos exige que se reduza o fogo do ressentimento, e
se mantenha no seu ‘’eu’’ mais elevado. É uma atitude de nobreza, porque
sabemos que muitas vezes, não é uma via de mão dupla, e nem sempre tem a sua
devida reciprocidade. Respeitar é valorizar aquilo
que consideramos importante, básico, essencial para a convivência. Honestidade,
bondade, respeito são os caminhos para o sagrado. Respeitar também envolve o
ato de nutrir, incentivar, cooperar, encorajar e principalmente, reconhecer o
outro. O respeito é a base de uma boa sociedade. Do respeito flui consideração,
e da consideração flui a justiça, fundamento básico de uma boa sociedade.
Sálua Omais é psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, no estado de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. Possui Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA). É autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018).
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