quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Esgotamento Emocional no Trabalho: Sinais, Sintomas e Como Identificar o Burnout

 


O esgotamento emocional, também conhecido como síndrome de burnout, é um distúrbio psicológico cada vez mais comum em ambientes profissionais. Ele surge como resultado de um estresse crônico relacionado ao trabalho, quando as demandas e pressões ultrapassam a capacidade emocional e física de lidar com elas. Reconhecer os sinais precoces é essencial para evitar consequências mais graves à saúde mental e física.


O que é o Burnout

A síndrome de burnout é caracterizada por um estado de exaustão profunda, tanto emocional quanto física, acompanhado de sentimentos de ineficácia e distanciamento do trabalho. Ela não é apenas “cansaço”, mas trata-se de uma condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional.


Principais Sinais e Sintomas


1. Exaustão Física e Mental
O sintoma mais evidente é a sensação constante de cansaço. Mesmo após o descanso, a pessoa continua se sentindo sem energia, com dificuldade de concentração e lentidão para realizar tarefas simples.

2. Desmotivação e Perda de Interesse
Atividades que antes eram prazerosas passam a parecer sem sentido. O entusiasmo pelo trabalho diminui, e há uma sensação de apatia e desânimo generalizado.

3. Irritabilidade e Mudanças de Humor
A paciência se torna escassa. Pequenas situações podem gerar irritação, impaciência ou explosões emocionais. O convívio com colegas e familiares pode se tornar mais difícil.

4. Dificuldades Cognitivas
Problemas de memória, falta de foco e dificuldade para tomar decisões são comuns. A mente parece “desligar” com frequência, prejudicando o desempenho profissional.

5. Insônia e Distúrbios do Sono
O sono deixa de ser reparador. Pode haver dificuldade para adormecer, despertares noturnos ou sono excessivo, sem sensação de descanso.

6. Sintomas Físicos
Dores de cabeça, tensão muscular, palpitações, problemas gastrointestinais e queda de imunidade são manifestações físicas frequentes do burnout.

7. Sentimento de Ineficácia e Culpa
A pessoa sente que não está sendo produtiva o suficiente, mesmo se esforçando ao máximo. Surge um sentimento de fracasso e autocrítica constante.

Fatores de Risco

Carga de trabalho excessiva
Falta de reconhecimento profissional
Ambiente de trabalho tóxico
Falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Pressão constante por resultados
Falta de apoio da liderança

Como Identificar e Agir

Reconhecer o burnout é o primeiro passo para combatê-lo. Buscar ajuda psicológica, conversar com gestores e ajustar a rotina são medidas fundamentais. Práticas como pausas regulares, exercícios físicos, alimentação equilibrada e momentos de lazer ajudam na recuperação e prevenção.


Por: Sálua Omais

Sálua Omais é psicóloga e ex-professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. É pós-doutoranda em Psicologia pelo Instituto de Psiquiatria do HC -Faculdade de Medicina da USP, com doutorado em Psicologia (USP) com estágio doutoral realizado na Universidade de Cambridge (Inglaterra). É Mestre em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, graduada em Odontologia, Direito e Psicologia e autora do livro “Jogos de Azar (2009), Manual de Psicologia Positiva (2018) e Happiness and Well-Being in Islam, Springer (2025). Já realizou diversas formações nacionais e internacionais em Psicologia Positiva, Disciplina Positiva, Criatividade e Inovação e já ministrou palestras e cursos no Brasil e no exterior, impactando a vida de mais de 5.000 pessoas. Ministra cursos e treinamentos na área de crescimento e desenvolvimento pessoal, liderança, relações interpessoais, comunicação assertiva, com ferramentas que ajudam a despertar e desenvolver potenciais, habilidades e competências pessoais.
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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Adequação à NR-1: Gestão de Riscos Psicossociais nas Empresas

 




A Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece as disposições gerais sobre segurança e saúde no trabalho, incluindo a obrigatoriedade de identificar, avaliar e controlar riscos psicossociais. Esses riscos estão relacionados a fatores organizacionais, sociais e psicológicos que podem afetar o bem-estar e a saúde mental dos trabalhadores. A adequação à NR-1 é essencial para garantir ambientes de trabalho saudáveis, produtivos e em conformidade com a legislação.

O que são Riscos Psicossociais


Riscos psicossociais são condições presentes no ambiente de trabalho que podem causar estresse, ansiedade, depressão, esgotamento emocional e outros problemas de saúde mental. Entre os principais fatores estão:
  1. Excesso de carga de trabalho
  2. Falta de autonomia e controle sobre as tarefas
  3. Comunicação ineficiente e conflitos interpessoais
  4. Assédio moral ou sexual
  5. Falta de reconhecimento e apoio organizacional
  6. Insegurança no emprego
Esses fatores, quando não gerenciados, impactam diretamente a produtividade, o clima organizacional e a saúde dos colaboradores.

Requisitos da NR-1 Relacionados aos Riscos Psicossociais

A NR-1 determina que as empresas devem adotar medidas de prevenção e controle de todos os riscos ocupacionais, incluindo os psicossociais, por meio do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO) e do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Os principais requisitos são:
  • Identificação dos perigos e avaliação dos riscos
  • Mapear fatores psicossociais que possam afetar a saúde mental dos trabalhadores.
  • Considerar aspectos organizacionais, como jornada, metas, relações hierárquicas e cultura interna.
  • Planejamento das ações de controle
  • Definir medidas preventivas e corretivas para eliminar ou reduzir os riscos identificados.
  • Integrar ações de saúde mental e bem-estar ao PGR.
  • Monitoramento e revisão periódica
  • Avaliar continuamente a eficácia das medidas adotadas.
  • Atualizar o PGR sempre que houver mudanças significativas nas condições de trabalho.
  • Capacitação e conscientização dos trabalhadores
  • Promover treinamentos sobre saúde mental, comunicação e gestão de conflitos.
  • Estimular a cultura de apoio e respeito mútuo.
  • Registro e documentação: Manter registros das avaliações, planos de ação e resultados obtidos.
  • Garantir que as informações estejam disponíveis para auditorias e inspeções.

Ações Práticas para Adequação à NR-1

A implementação efetiva das exigências da NR-1 requer um plano estruturado e multidisciplinar. As principais ações incluem:

1. Diagnóstico Organizacional
Aplicar questionários e entrevistas para identificar fatores de risco psicossocial.
Analisar indicadores de absenteísmo, rotatividade e afastamentos por motivos psicológicos. Avaliar o clima organizacional e a percepção dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho.

2. Elaboração do PGR com Enfoque Psicossocial
Incluir os riscos psicossociais no inventário de riscos do PGR.
Definir medidas de controle, como políticas de prevenção ao assédio, programas de apoio psicológico e flexibilização de jornadas. Estabelecer metas e indicadores de acompanhamento.

3. Implementação de Medidas Preventivas
Criar canais de comunicação seguros e confidenciais para denúncias e apoio emocional.
Promover ações de integração, reconhecimento e valorização profissional.
Estimular pausas regulares, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e práticas de autocuidado.

4. Capacitação e Sensibilização
Treinar líderes e gestores para identificar sinais de sofrimento mental e agir preventivamente. Realizar campanhas internas sobre saúde mental e qualidade de vida.
Incentivar o diálogo aberto sobre o tema, reduzindo o estigma associado a transtornos psicológicos.

5. Monitoramento Contínuo
Revisar periodicamente o PGR e o GRO com base em novos dados e feedbacks.
Realizar pesquisas de clima e satisfação a cada ciclo de gestão.
Ajustar as estratégias conforme as necessidades da equipe e as mudanças organizacionais.


Benefícios da Adequação à NR-1

A conformidade com a NR-1 traz benefícios que vão além do cumprimento legal:

  • Redução de afastamentos e custos com saúde ocupacional
  • Melhoria do clima organizacional e da produtividade
  • Fortalecimento da imagem institucional e da responsabilidade social
  • Maior engajamento e retenção de talentos
  • Promoção de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável

Conclusão

Adequar-se à NR-1 no que se refere aos riscos psicossociais é um passo essencial para a sustentabilidade das empresas e o bem-estar dos trabalhadores. A gestão eficaz desses riscos exige comprometimento da liderança, participação ativa dos colaboradores e integração entre as áreas de saúde, segurança e recursos humanos. Investir em saúde mental no trabalho é investir em pessoas, produtividade e futuro organizacional.


Por: Sálua Omais

Sálua Omais é psicóloga e ex-professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. É pós-doutoranda em Psicologia pelo Instituto de Psiquiatria do HC -Faculdade de Medicina da USP, com doutorado em Psicologia (USP) com estágio doutoral realizado na Universidade de Cambridge (Inglaterra). É Mestre em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, graduada em Odontologia, Direito e Psicologia e autora do livro “Jogos de Azar (2009), Manual de Psicologia Positiva (2018) e Happiness and Well-Being in Islam, Springer (2025). Já realizou diversas formações nacionais e internacionais em Psicologia Positiva, Disciplina Positiva, Criatividade e Inovação e já ministrou palestras e cursos no Brasil e no exterior, impactando a vida de mais de 5.000 pessoas. Ministra cursos e treinamentos na área de crescimento e desenvolvimento pessoal, liderança, relações interpessoais, comunicação assertiva, com ferramentas que ajudam a despertar e desenvolver potenciais, habilidades e competências pessoais.
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