quarta-feira, 9 de maio de 2018

A CIÊNCIA DA FELICIDADE




O que é felicidade? As pessoas agonizaram com esta questão durante séculos, mas só recentemente a Ciência começou a dar sua opinião e pesquisar mais a fundo sobre o assunto. A grande maioria das pessoas deposita expectativas de felicidade em circunstâncias externas, acreditando que a felicidade acontece quando existe alguma mudança grandiosa na vida. É o famoso “quando”, isto é, promessas que fazemos a nós mesmos sobre eventos futuros, “quando” conseguirmos conquistar o emprego dos sonhos, ou, “quando casar”, ou “quando os filhos chegarem”, ou então, “quando mudarmos de cidade ou de país”. No entanto, o que acontece é que esse “quando” muitas vezes, acaba não chegando.
O estudo da felicidade virou objeto de pesquisa da Ciência, e vem sendo difundido por meio da Psicologia Positiva, um movimento que se propôs a estudar, de forma científica, os principais fatores que promovem o bem-estar do ser humano, de forma ampla e duradoura. A partir de então, esses conhecimentos passaram a ser disseminados em diversos ambientes, como empresas, organizações, escolas, universidades, e claro, na esfera pessoal, tanto a nível individual como nos relacionamentos. A felicidade, no seu sentido mais profundo, é uma questão de escolha. E essa escolha será baseada nos significados subjetivos e nas crenças pessoais que cada pessoa desenvolve ao longo da vida em relação ao que é ser feliz, o que exige um autoconhecimento profundo. A felicidade significa estar sorrindo o tempo todo, mas sim descobrir a sua própria essência, e o que faz sentido na sua vida e não na vida dos outros, nem por padrões impostos pela mídia ou pela sociedade. A grande maioria das pessoas associa felicidade à euforia, uma sensação de alegria extrema, que tem um efeito rápido e temporário, o qual dura muito pouco, e que, ao acabar, leva a pessoa para o extremo oposto da emoção, ou seja, para a sensação de tristeza, de vazio interno. No entanto, pesquisas revelam que um humor estável é mais psicologicamente saudável do que um humor em que se atinge picos de felicidade regularmente – afinal de contas, tudo que sobe desce.  
Os elementos que levam uma pessoa a alcançar maiores níveis de satisfação e bem-estar são: atitudes e emoções positivas diante da vida (até mesmo diante das dificuldades), espiritualidade e busca de sentido, satisfação com a vida como ela é, relacionamentos sociais, um trabalho estimulante, valores, propósitos e objetivos de vida bem formulados, saúde física e mental, e, claro, condições materiais suficientes para suprir nossas necessidades. Diversos estudos já chegaram à conclusão de que, a maioria das pessoas vive razoavelmente feliz a maior parte do tempo, mas não com uma alegria crônica, onde não exista problemas a enfrentar, mas sim no sentido de estar, a maior parte do tempo, livre de tristezas, preocupações, problemas de saúde em algum membro da família e aflições. Justamente por essa em se descobrir essa felicidade intrínseca e verdadeira, muitos não conseguem percebê-la no seu dia-a-dia, tornando-se eternamente insatisfeitos.
O foco da felicidade humana deve estar nessas atividades mais rotineiras, pois são elas que estão presentes na nossa vida a maior parte do tempo, e não aquela felicidade advinda apenas em eventos especiais. E é isso que a Psicologia Positiva procura mostrar e estimular: fazer com que as pessoas tenham a possibilidade de fazer das suas atividades diárias momentos agradáveis e felizes, no sentido de ter paz, serenidade e satisfação na maior parte do tempo, ao invés de deixar para fazer isso em apenas 10% do dia, ou do ano, ou até, da vida!  

Sálua Omais é psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, no estado de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmicaPossui Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA). É autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018). 



ACESSE MAIS CONTEÚDOS EM NOSSAS REDES SOCIAIS:


Compartilhe:

0 comentários:

Postar um comentário