domingo, 9 de setembro de 2018

DISCIPLINA POSITIVA - UM NOVO OLHAR PARA O MAU COMPORTAMENTO INFANTIL



A primeira coisa que se pensa quando ouvimos a palavra “disciplina” está geralmente ligado a algo entediante, chato, rigoroso. Apesar da origem da palavra disciplina estar ligada ao sentido de “ensinar”, ainda para a grande maioria das pessoas, está ligada ao sentido da punição ou da rigidez. Hoje, no entanto, tem havido um resgate às raízes da palavra disciplina, e novas abordagens buscam orientar pais e cuidadores a como ensinar o comportamento correto, de forma firme e gentil. A disciplina positiva também não apoia, nem incentiva o uso de elogios “gratuitos” à criança, muito menos o uso de presentes ou recompensas para conseguir que a criança adote o comportamento desejado. Elogios vazios, ou então, o famoso “tatibitate” que muitos pais fazem com seus filhos, podem ser um veneno tão perigoso quanto a punição rigorosa, tornando a criança o “reizinho” da casa, o que pode leva-lo a se tornar um adulto sem limites, que faz o que quer, na hora que quer, e do jeito que quer. 

O melhor caminho é o meio termo: a educação respeitosa, onde a criança é vista aos olhos do adulto como um ser que tem plena capacidade de compreender e agir, desde que seu raciocínio seja estimulado por meio de perguntas que a façam entender o motivo das coisas serem como são, ao invés de serem injetadas de respostas prontas, que não estimulam em nada o pensamento crítico e a maturidade emocional. Focar na solução, é uma das maneiras de incentivar que a criança reflita sobre seus próprios comportamentos, e possa participar e elaborar escolhas sensatas para agir conforme as capacidades próprias da sua faixa etária. 

Um dos fundamentos da disciplina positiva enfatiza que não existem filhos ruins, mas apenas comportamento ruins. Não há garotos maus, apenas maus comportamentos. Pense nisso por um minuto e você perceberá quão verdadeira é a afirmação. Em outras palavras, algo no ambiente da criança está a influenciando a se comportar mal. Quando aceitamos que foi apenas um comportamento que foi ruim, e a própria criança está bem - ensinar em vez de punir se torna mais fácil. Ao invés de apontar o que a criança fez de errado, mostre à criança como acertar, sendo gentil e firme ao mesmo tempo. A gentileza, mostra o respeito à criança, e a firmeza, mantém o respeito pelo adulto, já que é mais do que necessário que a criança sinta que existe um limite no qual ela não deve ultrapassar. 

Sempre que possível, também é importante oferecer escolhas à criança. Essa é uma forma que permita que ela sinta que está sendo vista e que pode participar das escolhas da casa, porém não somente para escolher o que mais a convém, mas sim aquilo que está dentro do que é possível dentro da situação e dentro das capacidades da sua idade. Dar escolhas a uma criança, não é deixar ela fazer o que quer, já que o processo de escolha envolve a interferência do adulto, que vai monitorar aquilo que é possível, tolerável ou adequado para a situação ou não, sendo algo realizado em conjunto, e não individualmente, por apenas um dos lados. Estabelecer expectativas e limites claros e ser consistente é fundamental no processo de educação, pois crianças tendem a sempre encontrar brechas e ultrapassar os limites, se estes não forem bem estabelecidos. 

Quando o mau comportamento é usado como uma oportunidade para ensinar a criança não apenas que o que ela fez é errado, mas também capacitando-a com alternativas para contornar o problema, isso a ajudará no futuro a ter muito mais maturidade para lidar com os erros e fracassos que a vida naturalmente vai lhe trazer.

Sálua Omais é Psicóloga com Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA) e autora do Manual de Psicologia Positiva (Ed. Qualitymark/2018)




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