A maioria das pessoas possui alguém que, por diversos motivos, nos remetem a algum tipo de incômodo ou mal-estar pessoal! Pessoas que nos decepcionaram ou que em algum momento nos prejudicaram de modo significativo. E o contrário também, ou seja, existem pessoas as quais se sentiram feridas ou decepcionadas por algum comportamento nosso.
Perdoar a si mesmo ou aos outros é realmente algo difícil e desafiador. Aquilo que, durante muito tempo, era um ato mais religioso, hoje se tornou um comportamento estimulado pela própria Ciência, já que perdoar é bom tanto para nossa saúde mental quanto física, e não somente um ato de generosidade ou humanidade.
Perdoar a si mesmo ou aos outros é realmente algo difícil e desafiador. Aquilo que, durante muito tempo, era um ato mais religioso, hoje se tornou um comportamento estimulado pela própria Ciência, já que perdoar é bom tanto para nossa saúde mental quanto física, e não somente um ato de generosidade ou humanidade.
Pesquisas mostram que, a prática do perdão, reduz sensações de estresse, tensão, níveis de depressão, ansiedade e, sobretudo, um sentimento que gera muito mal-estar: a raiva. A raiva é tóxica para nossa saúde mental e física, aumentando a reatividade, o risco de doenças como doenças cardíacas e outras doenças crônicas, fazendo com que questões emocionais mal resolvidas, acabem repercutindo em nosso corpo.
O perdão é a pedra angular de qualquer relacionamento, seja ele romântico ou não. A falta de compreensão das percepções de outras pessoas pode criar lacunas construídas sobre falhas de comunicação, raiva, animosidade e desconexão emocional, e isso gera comportamentos e atitudes que acabam sendo ofensivos ou causando mágoas.
Como o ato de perdoar é um comportamento que não é fácil, talvez possamos olhar outros elementos que nos motive a praticá-lo. Primeiramente, perdoar, não significa esquecer, apagar da memória, nem minimizar o sofrimento que foi causado. Também não é algo que será por completo, mas sim um processo gradual que envolve o tempo de se processar a agressão sofrida, um tempo que é diferente para cada pessoa. Perdoar também não é sinal de ingenuidade, tolice ou fraqueza, assim como não é necessário que o outro aceite o nosso perdão, nem que nos tornemos o melhor amigo da pessoa que nos feriu.
O perdão pode ser simplesmente escolher aceitar o que aconteceu, como aconteceu ao invés de ficar eternamente lamentando o que poderia ou deveria ter acontecido. A questão fundamental do perdão é lembrar que o maior beneficiado não é necessariamente o outro, mas sim aquele que se livra dessa carga emocional negativa. Perdoar é uma atitude de inteligência e de saúde mental. A raiva é um sentimento importante para o ser humano, porém é, ao mesmo tempo, um sentimento tóxico, sobretudo se for algo crônico, alimentado pela irritabilidade prolongada, a amargura, o ressentimento e a mágoa. O perdão é algo que podemos fazer pelo nosso próprio bem, e não somente para o outro.
É claro que é muito mais fácil continuar sentindo a raiva do que relevar uma ofensa, mas isso pode ter um preço alto a longo prazo. Ao mesmo tempo, é um processo de escolha, e sobretudo uma escolha que fazemos para focar no presente e nos preparar para o futuro, ao invés de ficar eternamente preso no passado. É possível ter uma qualidade de vida melhor quando encontramos uma maneira de perdoar a nós mesmos e aos outros. Sim, deixar a raiva e o ressentimento de lado exige um esforço grande, um esforço que envolve passar por cima de memórias, de sentimentos feridos, do orgulho, e, pela lógica, o que se pode deduzir é que, se é preciso uma força imensa para isso, então perdoar, certamente, não é uma característica dos fracos.
Sálua Omais é psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, no estado de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. Possui Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA). É autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018).
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