sexta-feira, 27 de setembro de 2019

BURNOUT – QUANDO ALGO NÃO ESTÁ BEM


Sentir que todos os dias são iguais e ruins, chatos, sem perspectivas. A sensação constante de tédio, de estar vivendo uma vida sem cor, sem sabor, ou de que tudo é sem graça. Muitos passam ou já passaram por isso. O Burnout, um distúrbio caracterizado pelo esgotamento físico e mental, acomete pessoas das mais diversas áreas profissionais, sendo os mais comuns, profissionais da área da saúde e da educação. As pessoas que sofrem burnout geralmente se sentem constantemente preocupadas, desmotivadas, e não veem nenhuma esperança de mudança positiva dentro do contexto em que estão inseridas. Um dos principais sintomas emocionais é o tédio. Aquilo que se gostava antes, já não parece ser mais divertido nem desafiador. Confusão mental e lapsos de memória também podem ser frequentes. 

A mente começa a vagar enquanto os outros estão tentando estabelecer uma conversa. A pessoa não consegue ter um raciocínio rápido e acompanhar conversas rápidas e dinâmicas. A facilidade de se dispersar é maior, e por isso, a dificuldade em aprender algo novo acaba sendo mais difícil do que o habitual. Impaciência e irritabilidade, sensação de incapacidade, assim como choro fácil, tornando a pessoa mais sensível, o que faz com que até mesmo pequenas coisas se tornem relevantes. Isolamento, frieza emocional e distanciamento social mostram que a pessoa já não tem interesse e se sente entediada em estar com os outros. Desmotivação e procrastinação, não começar ou não terminar projetos, alimentam ainda mais esse ciclo de frustração e impotência.  O profissional se sente como se estivesse indo arrastado para ir ao trabalho, e precisa empregar uma força maior do que o normal para conseguir sair da cama e ir trabalhar.

O esgotamento também pode acontecer como resultado de relacionamentos difíceis ou situações pessoais. Cuidar de um parente idoso ou doente, passar por uma separação ou divórcio ou simplesmente ter de lidar com uma pessoa tóxica, no trabalho ou na vida pessoal, aos poucos, se torna altamente desgastante. Qualquer coisa que ultrapasse os limites de uma pessoa de maneira consistente e de maneira frequente e rotineira pode colocá-la sob o risco de esgotamento. A tensão se torna não apenas emocional, mas física também. Fadiga, insônia, problemas no sono, dores de cabeça, enxaquecas, problemas digestivos, diminuição do apetite, náuseas, dor nas costas ou nas articulações, imunidade reduzida e doenças ou dores frequentes no corpo podem ser sinais de que o corpo assim como a mente não está legal.


Felizmente, o esgotamento é algo que pode ser evitado e tratado. O primeiro passo é perceber que algo está errado e é preciso buscar ajuda profissional para isso. Fazer uma pausa também é fundamental para colocar a mente em ordem e refletir sobre o que precisa ser modificado. Inserir algo novo ou diferente dentro da rotina de vida, assim como usar esses momentos de introspecção para se repensar sobre áreas que talvez precisem ser modificadas e melhoradas, como carreira, relacionamentos, e também nas próprias atitudes, expectativas e perspectivas de vida, que de alguma forma, podem estar fora de sintonia com o mundo real. E claro, é preciso que empresas, organizações e locais de trabalho também façam a sua parte, promovam ações, gerem um ambiente de trabalho motivador e que respeite os limites de cada um. Afinal, pessoas não são máquinas de produção, mas simplesmente.....pessoas.

Sálua Omais é psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, no estado de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmicaPossui Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA). É autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018). 


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