Dormir é tudo de bom. Isso para
aqueles que tem a facilidade de cair no sono. Já para quem não consegue, dormir
acaba sendo um ‘’luxo’’. Problemas com o sono acontecem de maneiras diversas. Alguns
têm dificuldade em adormecer. Alguns têm problemas para se manter dormindo por
longo tempo, sem acordar no meio da noite. E outros, se deixar, podem dormir o
dia todo. Esses tipos de problemas de sono podem inibir o sono restaurador, algo
fundamental para a saúde do cérebro.
Uma boa noite de sono restaura o sono
do mesmo modo que se restaura uma rua esburacada. Para reparar os buracos de
uma rua, a primeira coisa que se faz é interromper o tráfego ou permitir a
passagem apenas de um trafego mínimo na via, para que o trabalho de reparo
possa ser realizado de forma rápida e efetiva. O mesmo acontece com o cérebro. Assim
como a rua, o cérebro pode ser reparado melhor quando o tráfego parar.
À medida que o dia passa, o corpo
começa a dar sinais de que precisa de uma pausa, e aí começa a sensação de sonolência.
E o que fazer para se ter uma noite de sono realmente restauradora? Dicas de
praxe são relacionadas aos hábitos de higiene do sono, que basicamente são
aqueles comportamentos que fazemos – ou não fazemos - próximos ao horário de ir
para a cama. Exercício físico é ótimo para o corpo, porém quando realizado muito
próximo do horário de dormir, também pode comprometer a qualidade do sono.
Outro ponto importante é o ambiente e horário de descanso. Ir para a cama e
acordar todos os dias à mesma hora ajuda a educar o corpo quanto ao momento de
dormir. Uso excessivo de cafeína e álcool, bem como locais onde existem ruídos
constantes, ou feixes de luz mesmo que mínimos, como a luz vermelha da Tv, do
laptop, do celular ou do ar condicionado, também já são suficientes para se ter
uma noite mal dormida. Temperatura ambiente, tanto o frio, como o calor
excessivo, assim como a qualidade do travesseiro ou do colchão são decisivos
para um descanso efetivo, tanto física, quanto mentalmente.
Comportamentos prévios ao horário de
dormir também devem ser percebidos, como por exemplo, o uso do celular ou do
computador durante a noite, bem como, a qualidade da alimentação, e fatores
emocionais como stress, a ansiedade, preocupações e outros fatores que impedem
um relaxamento tanto da mente como do corpo, prejudicam o sono. Problemas de
sono podem causar problemas de memória, pensamento, humor, depressão, ansiedade,
fadiga crônica e também problemas no metabolismo em geral.
Durante o sono, o cérebro é capaz de
reparar e cultivar estruturas que se regeneram e fortalecem também o sistema
imunológico. É a pausa necessária para que a mente se reorganize. Às vezes, na
tentativa de aproveitarmos ao máximo o tempo à noite, muitos abrem mão do
descanso para adiantar atividades de estudo ou de trabalho. Mas é preciso
lembrar que aproveitar o tempo não é apenas usá-lo ao máximo, mas sim, usá-lo
com inteligência e efetividade. Um cérebro descansado, é capaz de produzir mais,
melhor e em menos tempo, e isso sim é ser produtivo. Dormir não é perder tempo,
mas sim ganhar em tempo de qualidade, pensar com mais qualidade e produzir com
mais qualidade. O sono restaurador é vital e assim como a nutrição ou a
atividade física, é um fator determinante para a saúde física, assim como para
um bom desempenho mental e emocional.
Sálua Omais é psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, no estado de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. Possui Mestrado em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, Master Coach e Master Trainer em Psicologia Positiva pela European Positive Psychology Academy, Educadora Certificada pela Positive Discipline Association (USA), Trainer em Neurossemântica e Programação Neurolinguística pela International Society of Neurossemantics (USA). É autora dos livros "Jogos de Azar" (Ed. Juruá/2008) e "Manual de Psicologia Positiva" (Ed. Qualitymark/2018).
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