DOR CRÔNICA E EQUILÍBRIO EMOCIONAL – COMO LIDAR COM A DOR E A DOENÇA DE FORMA MAIS EQUILIBRADA
A dor crônica é uma realidade que afeta não apenas o indivíduo, como todo o seu círculo social, um sofrimento físico e mental que impacta todos aqueles ao seu redor, principalmente os membros da família. Viver com alguém que sofre dor crônica é altamente desgastante, levando os próprios cuidadores a passar pelo sofrimento físico e emocional.

O custo da dor crônica não afeta apenas o lado físico ou psíquico, mas tem um impacto econômico sobre a família e toda a sociedade, tendo em vista a ausência frequente no trabalho, tanto da parte do paciente quanto do cuidador, redução na produtividade, dificuldades acadêmicas no caso de estudantes, custos em virtude dos cuidados de saúde, entre outros. A dor também torna a pessoa muito mais sensível psicologicamente, mais vulnerável. Pensamentos negativos, humor negativo, e até tentativas de suicídio podem ocorrer com mais frequência em pacientes com dor crônica do que na população em geral.
Mas não é apenas a dor física em si que causa o sofrimento, mas a maneira como os pacientes sofrem com a dor em sua própria mente também, os pensamentos gerados em razão da dor e da doença podem ser uma grande diferença na maneira como uma pessoa vai enfrentar e lidar com aquela situação. A chamada “catastrofização” da dor, situação em que a pessoa só pensa o que de pior pode acontecer com ela e fazer o problema parecer muito maior do ele que realmente é, já é considerado um fator de risco para o resultado do tratamento médico, influenciando até mesmo na gravidade da dor. Ao invés de perceber a dor "como ela é", os "catastróficos " ficam imaginando todos os tipos de cenários horríveis que podem resultar daquela dor. Essa maneira de pensar equivale a uma profecia autorrealizável, uma vez que os catastróficos baseados na dor se acham mais doloridos, incapacitados e angustiados do que outras pessoas que estão passando pela mesma situação.

O cérebro humano é naturalmente programado para usar emoções negativas, como o medo por exemplo, para nos proteger de riscos e ameaças. No entanto, a intenção é que essa defesa seja usada por um período curto, e, por isso, o corpo humano não está preparado para resistir por muito tempo aos efeitos que essas emoções negativas causam biologicamente quando a pessoa as mantém por muito tempo. É algo improdutivo permitir que pensamentos catastróficos invadam a nossa mente diante de momentos difíceis. O mais sensato é a aceitação, a busca do melhor que se pode fazer naquele determinado momento com os recursos e tratamentos disponíveis, ao invés de se apelar ao desespero, à negação, e à reclamação. As pessoas devem ser treinadas a desenvolver a resiliência, bem como compreender e aceitar fatos que estão fora do seu controle, pensando de forma mais funcional e aprendendo a discernir o real do imaginário, afim de criar uma perspectiva mais positiva do que pode acontecer no futuro.
Sálua Omais é psicóloga e ex-professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. É pós-doutoranda em Psicologia pelo Instituto de Psiquiatria do HC -Faculdade de Medicina da USP, com doutorado em Psicologia (USP) com estágio doutoral realizado na Universidade de Cambridge (Inglaterra). É Mestre em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, graduada em Odontologia, Direito e Psicologia e autora do livro “Jogos de Azar (2009), Manual de Psicologia Positiva (2018) e Happiness and Well-Being in Islam, Springer (2025). Já realizou diversas formações nacionais e internacionais em Psicologia Positiva, Disciplina Positiva, Criatividade e Inovação e já ministrou palestras e cursos no Brasil e no exterior, impactando a vida de mais de 5.000 pessoas. Ministra cursos e treinamentos na área de crescimento e desenvolvimento pessoal, liderança, relações interpessoais, comunicação assertiva, com ferramentas que ajudam a despertar e desenvolver potenciais, habilidades e competências pessoais.
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