quarta-feira, 15 de outubro de 2025

POR QUE OS FILHOS PODEM E DEVEM CONTRIBUIR COM AS TAREFAS DE CASA


Tarefas domésticas: que poucos gostam de realiza-las, isso todo mundo sabe. Mas como atrair crianças e adolescentes para realizar essas atividades, vistas como algo tão demorado e entediante de ser realizado? Quando se trata de crianças, ainda esse é um tema que leva a certos debates, sobretudo em função da legislação e do Estatuto da Criança e do Adolescente, cujo intuito é coibir excessos e abusos, e não atividades rotineiras. Tarefas domésticas ajudam a ensinar habilidades para a vida às crianças. Eles são jovens agora, mas não serão crianças para sempre! Cuidados ligados à limpeza, higiene, alimentação, culinária e economia, são habilidades que os filhos precisarão no futuro, o que torna ainda mais importante aprendê-las em casa. Atribuir tarefas regulares às crianças estimula a responsabilidade e principalmente, duas características essenciais para o futuro: a independência e a autonomia. Tarefas que afetam pessoalmente os filhos, podem torna-los mais autossuficientes, e fortalecer a autoestima, à medida que eles terão a sensação de que são maduros o suficiente para cuidar de si mesmos.



Muitos pais buscam preservar a infância o maior tempo possível, permitindo que as “crianças sejam crianças” e desfrutem de muitas brincadeiras enquanto ainda são jovens. O problema é quando alguns passam a fazer tarefas, que poderiam ser realizadas pela criança, afim de poupá-las, ou, para ganhar tempo, ou então, pela própria impaciência de esperar pelo tempo da criança em fazê-las. Nos últimos anos, alguns estudos ligados ao desenvolvimento infantil, vêm mostrando que a realização de tarefas domésticas, compatíveis com a capacidade e idade do jovem, trazem diversos benefícios. Em primeiro lugar, é uma forma de estimular a responsabilidade na criança, o que estimula a sensação de autoconfiança e o senso de realização, de capacidade. 

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Realizar tarefas dentro de casa, com a família, também ensina a importância do trabalho em equipe e da colaboração. Os membros da "equipe" da família acabam se sentindo mais responsáveis ​​uns pelos outros, e com isso, reforçam também o respeito mútuo e o senso ético. As crianças se tornam mais conscientes do trabalho que é cuidar de uma casa, quando elas se envolvem nesse processo e precisam limpar sua própria bagunça, além de criar o hábito da disciplina, desenvolvendo assim habilidades de planejamento e gerenciamento do tempo, já que faz com elas aprendam a conciliar as diversas atividades e se responsabilizar por elas. Muitas vezes, o tempo ocioso não ajuda a criança a se organizar de forma mais ativa, levando em alguns casos ao excesso de sedentarismo e de dependência dos outros cada vez maior. 

Imagem relacionadaE, se usarmos um olhar criativo, os deveres de casa também possibilitam que as famílias tenham um momento a mais para se relacionarem entre si, aproveitando a oportunidade para criar momentos especiais entre crianças e adultos. Crianças pequenas, que possuem dentro de si o desejo de ajudar, se sentirão ainda mais importantes nesses momentos. Para os adolescentes, torna-se uma oportunidade de se integrarem ao resto da família, uma oportunidade de ensiná-los a serem empáticos e receptivos às necessidades dos outros, compartilhando uma tarefa que talvez, se tivessem que fazer sozinhos, provavelmente muitos não o fariam. Assim como tudo na vida, existe a dose certa, e claro, para cada tarefa, existe a idade compatível conforme a capacidade física e cognitiva do jovem, e o segredo, é adicionar criatividade e ludicidade suficiente a ponto de tornar a atividade educativa e ao mesmo tempo, desafiadora e divertida.


Sálua Omais é psicóloga e ex-professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), tendo sido a 1º profissional a implantar, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a disciplina de Felicidade & Inteligência Emocional como parte da grade acadêmica. É pós-doutoranda em Psicologia pelo Instituto de Psiquiatria do HC -Faculdade de Medicina da USP, com doutorado em Psicologia (USP) com estágio doutoral realizado na Universidade de Cambridge (Inglaterra). É Mestre em Psicologia da Saúde e Saúde Mental, graduada em Odontologia, Direito e Psicologia e autora do livro “Jogos de Azar (2009), Manual de Psicologia Positiva (2018) e Happiness and Well-Being in Islam, Springer (2025). Já realizou diversas formações nacionais e internacionais em Psicologia Positiva, Disciplina Positiva, Criatividade e Inovação e já ministrou palestras e cursos no Brasil e no exterior, impactando a vida de mais de 5.000 pessoas. Ministra cursos e treinamentos na área de crescimento e desenvolvimento pessoal, liderança, relações interpessoais, comunicação assertiva, com ferramentas que ajudam a despertar e desenvolver potenciais, habilidades e competências pessoais.
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